Lucas Silva, Autor em Blog Hospital Pilar

Somente em 2024, mais de 60 mil brasileiros já morreram de doenças do coração

No ano de 2023, 1.416.655 óbitos foram registrados oficialmente pelo Serviço Nacional de Registro Civil Brasileiro. São mortes de naturezas distintas e, entre elas, estão os brasileiros que morreram vítimas de doenças cardiovasculares. Eles representam 30% do total de mortes no Brasil todos anos. São mais de 400 mil brasileiros vítimas das patologias que afetam o coração e/ou os vasos sanguíneos todos os anos, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Por dia, são pelo menos mil novas vítimas. Mesmo com números tão alarmantes, 23% da população nunca foi a um cardiologista (cerca de 46 milhões de brasileiros). Estima-se que 6,8% da população brasileira (14 milhões de pessoas) tenha algum problema cardiovascular. Para o médico cardiologista do Pilar Hospital, José Carlos Tarastchuk, a mudança deste cenário começa pela prevenção. No caso, a realização de check-ups periódicos, além de visitas, no mínimo anuais, ao cardiologista. “O grande benefício e importância do check-up cardiovascular está no fato de que ele pode identificar o risco cardiovascular do paciente. Isso é muito importante saber se o paciente tem um risco cardiovascular baixo, um risco cardiovascular intermediário ou elevado. Isso diz respeito ao risco do paciente ter eventos nos próximos anos”, alerta o especialista. Risco silencioso A prevenção é o melhor remédio. Segundo o cardiologista, a prevenção deve ser prioridade, já que as doenças cardiovasculares, muitos casos, podem ser assintomáticas e silenciosas. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia,homens com mais de 45 anos de idade e mulheres chegando à menopausa precisam realizar check-up frequentemente. Outrainformação fica para as pessoas que têm históricos de problemas cardíacos na família. Esses indivíduos tem um risco maior de desenvolver problemas cardiovasculares ao longo da vida e a realização do check-up deve acontecer o mais cedo possível, de preferência já na infância. “Durante um check-up cardiovascular nós podemos detectar se o paciente já tem uma lesão, um problema leve, que a gente chama subclínico, ou um problema já detectável clinicamente, tudo com o intuito de evitar um primeiro evento cardiovascular, ou seja, um infarto, uma angina, um AVC. O grande objetivo final do check-up cardiovascular é identificar”, concluiu o cardiologista.   Doenças cardiovasculares e os números que impressionam Enquanto essa sugestão de pauta era escrita, 600 pessoas morreram do coração no Brasil; De 1º de fevereiro de até 20 de fevereiro de 2024, mais de 21,5 mil brasileiros morreram do coração; São mais de 1100 mortes por dia, cerca de 46 por hora, 1 morte a cada 1,5 minutos (90 segundos); As doenças cardiovasculares são responsáveis por 30% dos óbitos no Brasil; 14 milhões de brasileiros têm algum problema cardiovascular; 23% da população do país, ou seja mais de 46 milhões de brasileiros, nunca foi a um cardiologista; 400 mil cidadãos brasileiros morrerão por doenças do coração e da circulação neste ano. Os dados são do cardiômetro, ferramenta da Sociedade Brasileira de Cardiologia que considera cálculos estatísticos e dados oficiais sobre óbitos;  

Crianças, jovens e adultos têm saúde dos olhos comprometida por conta da tecnologia

Dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) mostram que cresceu 70% o número pacientes de 0 a 19 anos com problemas de miopia, nos últimos quatro anos. Sete em cada dez médicos atribuem o uso de celulares a patologia no público citado. O médico oftalmologista do Pilar Hospital, Leon Grupennmacher, explica que o problema tende a agravar em razão das crianças e adolescentes passarem mais tempo no quarto, dentro de casa, do que em ambientes externos e expostos a luz natural. “A exposição a luz natural, a luz do sol, a leitura de livros, revistas, tudo isso é saudável para os olhos, em países como Japão, as escolas têm uma programação para que as crianças brinquem, façam atividades, se relacionem em ambientes externos, justamente para prevenir os problemas causados pela luz das telas”, explicou o médico. O oftalmologista explica que a luz das telas do celular faz com que o olho se altere diante da emissão da claridade e é isso que causa problemas como o da miopia. “O que acontece, é que ao utilizar as telas, nós temos um aumento do comprimento do olho. A miopia ocorre justamente quando o olho cresce excessivamente em relação ao seu comprimento axial, o que pode levar à visão embaçada de objetos distantes”, explicou o médico. Síndrome do PC Já entre os adultos o problema é laboral e está relacionado ao uso do computador. Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, estima-se que entre 70% e 90% dos brasileiros que utilizam computador sofram da chamada Síndrome do PC. Entre os principais sintomas relatados pelas pessoas acometidas pela síndrome estão: fadiga ocular, visão borrada, ressecamento ocular e cefaleia. “O que aconteceé que ao utilizar as telas, como também é o caso dos computadores, nós fixamos o olhar. Normalmente, nós piscamos várias vezes por segundo, entretanto, quando a gente fixa o olhar, piscamos 40% menos que o normal. Com essa diminuição do movimento a lágrima não é distribuída”, alerta o médico. Grupennmacherconta que a lágrima tem função de lubrificar o olho e deixar a superfície ocular lisa, transparente, para que os raios passem, deixando a visão melhor. “Se não se tem essa lágrima, consequentemente, não se tem uma visão nítida. Por isso, não se deve ficar muito tempo em frente à tela”, revelou o especialista. Metade do mundo sofrerá de miopia A exposição frequente a luz das telas de computadores, notebooks, PCs, tablets e outros equipamentos eletrônicos.Segundo a Organização Mundial de Saúde, até 2050, metade da população mundial sofrerá de miopia. Dados da OMS mostram ainda que 59 milhões de brasileiros sofrem de miopia.  “Nos últimos anos descobriu-se um aumento no número de míopes no mundo. Uma pesquisa na Ásia indicou a relação entre a luz das telas e esse aumento e o dado se confirmou no restante do mundo. A tendência é de que cada vez mais pessoas desenvolvam a miopia em razão do uso excessivo de smartphones, tablets e outros equipamentos com tela”, concluiu o médico.  

Casos de Alzheimer no Brasil reforçam a necessidade de conscientização e prevenção

Estima-se que, no Brasil,o número de pessoas com a doença de Alzheimer, conhecida pela perda progressiva de memória, esteja na faixa de 2,4 milhões de pessoas. Foi o que apontou o 1º Relatório Nacional de Demências, publicado em 2023. A pesquisa mostrou, ainda, que a quantidade de pessoas não diagnosticadas varia de 75% a 95%.Visto o cenário, a campanha Fevereiro Roxo busca sensibilizar a população sobre doenças crônicas que afetam milhões de pessoas em todo o mundo. Dentre os quadros, o Alzheimer destaca-se como uma das principais causas de demência em idosos. Em 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um alerta sobre falhas no combate à demência e destacou que o diagnóstico pode alcançar 139 milhões de pessoas em 2050.Para Dra Ana Carolina Dalmônico, coordenadora do serviço de Neurologia do Pilar Hospital. “Os dados evidenciam a necessidade de conscientização e de açõesde prevenção. É preocupante vermos um crescimento tão significativo no número de casos em nosso país. Isso destaca a importância de medidas preventivas e de apoio aos pacientes e familiares", diz. O Alzheimer é caracterizado como um transtorno neurodegenerativo que afeta a memória, o pensamento e o comportamento, tendo um impacto significativo na vida dos pacientes e das pessoas próximas. “Identificar o Alzheimer em um familiar pode ser desafiador, mas alguns sinais podem indicar a presença da doença.Quanto mais cedo for detectada, melhor será o prognóstico e a qualidade de vida do paciente", observa. O esquecimento de eventos recentes, a dificuldade em encontrar palavras, a desorientação em relação a lugares conhecidos e alterações de humor e de personalidade são alguns dos alertas. Nessas situações, a neurologista reforça que o reconhecimento precocedos sintomas é fundamental para garantir o diagnóstico e o tratamento adequado. De acordo com o especialista, oenvelhecimento e fatores de riscoaumentam as chances de desenvolvimento da doença. Por outro lado, a manutenção de uma dieta equilibrada, a prática de atividade física regularmente, o estímulodo cérebro com atividades cognitivas e uma vida social ativa podem ajudar a reduzir esse risco. Quanto ao tratamento, embora não exista uma cura definitiva para o Alzheimer, existem opções terapêuticas que podem auxiliarnocontroledos sintomas e na redução da progressão doquadro. "É importante que os pacientes recebam apoio médico e psicológico adequado, além de estímulos cognitivos e um estilo de vida saudável", orienta a especialista. Alguns testes para avaliar o risco de Alzheimer já começaram a ser oferecidos no Brasil e um deles detecta a presença de proteínas que indicam a formação de placas amiloides cerebrais, uma das principais características da doença de Alzheimer. Os exames são indicados para quem já apresentas sinais de perda cognitiva e, atualmente, são realizados somente em redes particulares de laboratórios.

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