Arquivos Medicina Diagnóstica - Página 11 de 17 - Blog Hospital Pilar

8 dúvidas sobre a realização de exames para as mães que estão amamentando

Ter um filho é algo que muda completamente nossas vidas. Por isso, é natural que mães fiquem preocupadas sobre o que pode afetar a saúde dos pequenos. É o caso, por exemplo, de realizar exames durante a amamentação. As principais dúvidas são sobre procedimentos como a tomografia, radiografia e ressonância magnética. A boa notícia é que a segurança de toda a família é sempre a prioridade. Portanto, a maioria dos exames pode ser feito em mães que estão amamentando. É claro que existem algumas exceções e cuidados que precisam ser tomados. Para garantir tranquilidade, separamos algumas dúvidas para esclarecer sobre o assunto! 1. O aleitamento materno é mesmo importante? Antes de falar sobre os exames, precisamos destacar aimportância do aleitamento materno. Diversos estudos comprovam que o leite materno contém tudo o que a criança precisa até os 6 meses de vida. Além de nutrientes, ele é responsável pela formação da imunidade do recém-nascido. A indicação é que, mesmo com a introdução alimentar, a amamentação continue até os 2 anos de vida ou mais. Para garantir a nutrição correta do seu filho, siga as indicações do pediatra que o acompanha. 2. O que é e para que serve o contraste? A maior dúvida das lactantes é se exames com contraste podem afetar o bebê. Para isso, precisamos esclarecer o que é o contraste e qual a finalidade dele. Basicamente, contraste é o nome de uma substância inserida no corpo de quem vai realizar um exame de imagem. Os mais usados são: Contraste iodado: usado na tomografia computadorizada (TC);Contraste gadolínio: usado em ressonância magnética (RM). Uma vez no organismo, o contraste ajuda a deixar as imagens mais nítidas. Isso facilita a visualização dos órgãos e melhora o diagnóstico médico. 3. Por quanto tempo o contraste fica no corpo? Se o leite materno é formado no corpo da mãe, é normal a preocupação de o contraste ir parar no alimento do bebê.Estudos mostram que ambos os contrastes possuem, no sangue, meia-vida de até duas horas. Depois disso, o corpo humano saudável elimina completamente as substâncias em cerca de 24 horas 4. E o quanto do contraste vai parar no leite materno? De acordo com o Manual on Contrast Media, do American College of Radiology, a absorção do contraste é extremamente baixa. Estima-se que menos de 1% da substância que permanece no corpo é liberada no leite materno. Dessa quantidade, cerca de 0,01% é absorvida pelo bebê. No total, isso corresponde a menos de 1% da dose de contraste para a realização de exames em crianças. 5. Em resumo, deve-se ou não interromper a amamentação para realizar exame de contraste? A recomendação geral é que a amamentação não seja interrompida. Deve-se considerar os benefícios do aleitamento materno e a baixíssima quantidade de contraste absorvida pelo bebê.Entretanto, se você ainda sentir insegurança, não hesite em perguntar diretamente ao seu médico. Ele levará em consideração as peculiaridades da mãe e do bebê, conhecidas através do acompanhamento. 6. E se a mãe não se sentir confortável para amamentar após usar o contraste? A opinião da mãe sempre deve prevalecer. Se mesmo após a orientação médica você não se sentir segura para amamentar, pode suspender a amamentação por 24 horas. Este é o tempo necessário para que todo o contraste seja eliminado do corpo. Nesse caso, realize uma ordenha antes do exame e armazene corretamente o leite. O alimento ordenhado antes do exame pode ser usado para dar para a criança nesse período. Já após 12 e 24 horas do exame, faça novas ordenhas e despreze o leite. 7. O exame de mamografia também é indicado para lactantes? Não se recomenda que grávidas nem lactantes façam o exame de mamografia. O risco não tem relação com o contraste, mas sim pela emissão de raio-X. Para as gestantes, o perigo é prejudicar a formação fetal. As mães em fase de amamentação devem evitar o procedimento para preservar a estrutura das mamas. 8. Então, como as grávidas e lactantes devem se prevenir de doenças da mama? Nesses casos, a recomendação é o autoexame para a verificação de nódulos ou alterações. O exame de ultrassom também pode ser feito, já que não há nenhuma radiação envolvida. Se o médico tiver fortes indícios de doença, então, nesse caso, ele pode solicitar uma mamografia. Durante o procedimento, uma manta de chumbo é colocada no abdômen da gestante para proteger a criança. Ainda ficou com alguma dúvida? Entre em contato agora mesmo que nossos especialistas o atenderão com todo o cuidado que você merece!

Conheça as doenças da hipófise – sintomas, tratamentos e causas

Conheça as doenças da hipófise - sintomas, tratamentos e causas A hipófise é responsável por regular as demais glândulas hormonais do corpo. Quando afetada, pode desencadear uma série de complicações. Chamada de “glândula mestre do corpo”, a hipófise tem a função de regular outras glândulas. Entretanto, ela pode ser acometida por doenças, prejudicando a produção hormonal. Saiba mais sobre as doenças da hipófise, e suas consequências, no decorrer deste conteúdo. Afinal, o que é hipófise? A hipófise é uma glândula com cerca de 1 cm de diâmetro e menos de 1g — o tamanho de uma ervilha. Ela está localizada na base do cérebro. Basicamente, é a hipófise que faz a conexão do hipotálamo, parte do Sistema Nervoso, com o Sistema Endócrino. Ela atua na produção dos hormônios vitais, como os que atuam na lactação (prolactina) e no crescimento (GH), por exemplo. A hipófise é dividida em duas partes: Adenoipófise ou lobo anterior: localizada no tecido epitelial, libera (secreta) e produz diversos hormônios. Os principais são:O hormônio do crescimento, que regula o crescimento e o desenvolvimento físico e que tem efeitos importantes sobre a forma do corpo pelo estímulo à formação de músculo e à redução do tecido adiposo;O hormônio estimulante da tireoide, que estimula a glândula tireoide a produzir hormônios da tireoide;O hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), também chamado de corticotrofina, que estimula as glândulas adrenais a produzir cortisol e outros hormônios;O hormônio folículoestimulante e o hormônio luteinizante (gonadotrofinas), que estimulam os testículos a produzirem espermatozoides, os ovários a produzirem óvulos e os órgãos sexuais a produzirem hormônios sexuais (testosterona e estrogênio);A prolactina, que estimula as glândulas mamárias da mama a produzirem leite;O lobo anterior também produz vários outros hormônios, inclusive um que faz a pele escurecer (hormônio estimulador dos betamelanócitos) e um que inibe as sensações de dor (encefalinas e endorfinas) e ajuda a controlar o sistema imunológico (endorfinas).Neuroipófise ou lobo posterior: a principal função dessa região é armazenar e secretar os hormônios:Hormônio antidiurético ou Vasopressina: regula a quantidade de água excretada pelos rins e é, portanto, importante na manutenção do equilíbrio hídrico no corpo;Ocitocina: faz com que o útero se contraia durante o parto e imediatamente após o parto, a fim de evitar sangramento excessivo. A ocitocina também estimula a contração dos dutos de leite da mama, que levam o leite até o mamilo (descida do leite) em mulheres que estão amamentando. Quais são as principais doenças da hipófise? As principais doenças da hipófise são causadas pela produção desbalanceada de hormônios regulados ou secretados pela glândula. Normalmente, isso acontece devido a um tumor benigno na região. Os efeitos colaterais dependem da substância, liberada em maior ou menor quantidade, e da parte do corpo atingida pelo descontrole. Confira a seguir as principais doenças da hipófise: Acromegalia O excesso do hormônio GH é a causa da acromegalia em adultos. Consiste em um crescimento excessivo dos membros, mãos e pés, nariz e lábios. Também há um alargamento da região frontal da testa e espaçamento entre os dentes. Em crianças e adolescentes, o excesso do hormônio GH causa o gigantismo. Prolactinoma Decorrente do excesso de prolactina no corpo. Afeta principalmente mulheres, sendo rara no corpo masculino. Pessoas com prolactinoma apresentam diversas reações. Algumas são: alterações na menstruação, liberação de leite pelas mamas, falta de libido e infertilidade. Doença de Cushing A Doença de Cushing é causada pela disfunção do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH). Ele controla as funções renais do organismo. Os principais sintomas são acúmulo de gordura no tronco e no pescoço, a perda de massa muscular e o afinamento dos membros. A Doença de Cushing pode causar hipertensão e diabetes. Diabetes insípidus Esse tipo de diabetes ocorre pela pouca quantidade de hormônio antidiurético (ADH). Isso compromete diretamente as funções diuréticas do organismo. É caracterizada pela perda de controle sobre os líquidos. Alguns sintomas são a vontade exagerada de urinar e sede intensa. Hipertireoidismo Essa doença é caracterizada pelo excesso de hormônios produzidos pela tireoide (TSH). Em alguns casos, pode ser consequência de uma anormalidade na hipófise. Nessa situação, a causa é a desregulação de adenomas secretores de tirotrofina, que afetam a tireoide. O paciente pode sentir tremores, aceleração cardíaca, febre e ansiedade. Quais são os sintomas de doenças da hipófise? Os sintomas de doenças da hipófise são diversos, já que dependem do hormônio que foi afetado. Outro fator que influencia o quadro clínico é o tamanho dos tumores, que varia em cada caso. Além dos sintomas específicos de cada doença, outros podem indicar problemas na hipófise. Como os nódulos são localizados no crânio, alguns sinais são: Perda de visão;Cegueira súbita;Dormência ou paralisia facial;Tontura;Dor de cabeça;Náusea;Fraqueza. Os tumores de hipófise podem ser tratados com medicamentos e/ou cirurgia, de acordo com a orientação médica. Para a obtenção de um diagnóstico preciso, é indicado realizar um exame de ressonância magnética. O procedimento permite detectar tumores na região da hipófise com clareza.

Quais os tipos de hormônios e suas funções?

Hormônios são moléculas responsáveis por ativar e controlar diversos processos do corpo humano, como o metabolismo, o crescimento e a sexualidade. Portanto, eles são indispensáveis para o organismo. A falta (hipofunção) ou excesso (hiperfunção) de um determinado hormônio pode ocasionar problemas na saúde. Diabetes, menopausa e a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) são alguns exemplos de desequilíbrio hormonal — ou desequilíbrio endocrinológico. Você sabe como essas substâncias essenciais funcionam em nosso corpo? A seguir, confira as ações e funções dos principais hormônios. Como os hormônios funcionam no corpo? Os hormônios são produzidos pelo Sistema Endócrino, que é um conjunto de glândulas localizadas em diferentes partes do corpo, sendo, depois, liberados na corrente sanguínea. Os hormônios correm livremente pelo sangue, mas só atuam nos órgãos-alvo. O que garante essa eficiência é o receptor hormonal, presente na célula que irá receber a substância.Ao longo do dia, o corpo humano passa por uma série de alterações. Ao desfrutar de uma refeição, por exemplo, o pâncreas produz insulina para regular os níveis de açúcar no sangue. Diante de uma surpresa, as glândulas suprarrenais liberam adrenalina para agirmos. Quando vamos dormir, a glândula pineal bombeia melatonina, para um sono de qualidade. Quais são os principais hormônios e o que fazem? Adrenalina As glândulas suprarrenais são as responsáveis pela produção da adrenalina. O hormônio é relacionado à capacidade de resposta em uma situação de estresse físico ou mental. Liberamos esta substância na prática de atividade física, o que nos dá mais energia. Em situações de perigo, ela desencadeia reações que contribuem para a ação. Antidiurético (ADH) O hormônio antidiurético é produzido no hipotálamo e secretado pela neuroipófise. Esse hormônio atua principalmente nos rins. É ele que ajuda na excreção de água. Como consequência, é vital para regular a pressão sanguínea. Testosterona Este hormônio atua na formação dos caracteres sexuais. Participa no desenvolvimento dos órgãos sexuais, tom de voz, crescimento de pelos, músculos e ossos. A substância também está relacionada à agressividade. Os homens possuem uma concentração de testosterona 10 vezes maior do que as mulheres. Estrogênio Este é o nome genérico dado a todos os hormônios relacionados às características biológicas femininas. Na mulher, o estrogênio tem a mesma função que a testosterona no homem. É ele que desenvolve as particularidades sexuais, inclusive regulando o ciclo reprodutivo. Progesterona A progesterona é produzida pela mulher nos ovários durante a gravidez. Ele contribui para receber a gravidez, desenvolvendo o organismo. Atua no útero, ciclo menstrual, nas mamas e na inibição das contrações uterinas. HCG O HCG, ou Gonadotrofina Coriônica Humano, é produzido pelas células que formarão a placenta. É responsável por ajudar a manter os níveis de progesterona no sangue. Por isso, é um hormônio fundamental durante a gravidez. Prolactina É um hormônio secretado pela adenoipófise, que estimula as glândulas mamárias da mulher. Tem a função básica de estimular o aumento das mamas. Durante a gravidez, atua no processo da produção do leite materno. Somatotrofina A somatotrofina (GH) também é conhecida como “hormônio de crescimento”. Sua principal função é atuar na produção de tecidos, como ossos e cartilagens. É produzida pela adenoipófise, agindo principalmente no fígado. A falta desse hormônio pode causar o nanismo. Tiroxina (T4) O T4 é responsável por regular o metabolismo, batimentos cardíacos e peso corporal. Portanto, é indispensável para diversos processos em nosso organismo. Esse hormônio é produzido pela glândula da tireoide. Qual a relação dos hormônios com a saúde? Como visto, os hormônios são vitais para o perfeito funcionamento do corpo humano. Diversos problemas de saúde estão relacionados com seu desequilíbrio. Para prevenir isso, deve-se manter uma dieta saudável. Prefira sempre alimentos naturais em vez de industrializados. Outras dicas são praticar atividades físicas, não consumir bebidas alcoólicas ou fumar. Além desses cuidados, é preciso fazer exames de rotina para avaliar os níveis hormonais. Portanto, a consulta médica é indicada, ao menos, uma vez ao ano. Baixe agora mesmo nosso checklist de exames que os homens e mulheres precisam fazer!

Esteatose Hepática

Por: Helma Pinchemel Cotrim Introdução A esteatose vem se tornando uma doença do fígado cada vez mais conhecida da população em geral. Esse fato se deve a maior disponibilidade para realização de ultrassonografias de abdômen, exame de imagem que pode mostrar a esteatose e tem sido realizado com frequência em avaliações clínicas de rotina; e a crescente prevalência da obesidade em todo o mundo, que é uma das suas principais causas. A esteatose hepática é classificada em dois grandes grupos: causada pelo consumo excessivo e crônico de bebidas alcoólicas; causada por outros fatores de risco e denominada Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica (DHGNA), que será o objetivo principal dessa abordagem. O que é a esteatose hepática e o que significa a DHGNA? Esteatose caracteriza-se pelo acúmulo excessivo de gordura (lipidios) nas células do fígado denominadas hepatócitos. Essa pode permanecer estável por muitos anos e até regredir, se suas causas forem controladas. Se não o forem, a doença pode evoluir para a esteatoepatite. Nessa fase a esteatose se associa a inflamação e morte celular, fibrose (cicatrização) e tem maior potencial de progressão, ao longo dos anos, para cirrose e para o carcinoma hepatocelular (CHC) ou câncer de fígado. A Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica (DHGNA) inclui todo espectro: esteatose, esteatoepatite, cirrose e CHC. Fatores de risco para DHGNA Os principais fatores de risco ou causas de DHGNA estão relacionados a seguir e foram classificados em primários, secundários e doenças ou condições clínicas associadas. PRIMÁRIOS Obesidade e sobrepeso com obesidade centralDiabetes mellitusDislipidemia (aumento do colesterol e/ou triglicérides)Hipertensão arterial SECUNDÁRIOS Medicamentos: amiodarona, corticosteroídes, estrógenos, tamoxifeno.Toxinas ambientais: produtos químicosEsteróides anabolizantesCirurgias abdominais: bypass jejuno-ileal, derivações biliodigestivas. DOENÇAS QUE PODEM TER DHGNA ASSOCIADA Hepatite crônica pelo vírus CSíndrome de ovários policísticosHipotiroidismoSíndrome de apneia do sonoHipogonadismoLipodistrofia, abetalipoproteina, deficiência de lipase ácida. Obesidade, diabetes mellitus, dislipidemia são os fatores de risco mais frequentes. Esses se associam à hipertensão arterial e à síndrome metabólica, que é caracterizada pela presença de três ou mais das seguintes condições: obesidade central (aumento da gordura no abdômen), hipertensão arterial, dislipidemia e diabetes. A DHGNA é considerada o componente hepático da síndrome metabólica. Os fatores de risco secundários e as doenças que podem apresentar a DHGNA como parte do seu quadro clínico estão listadas acima. Por que a DHGNA e principalmente a esteatose têm sido tornadas cada dia mais conhecidas pela população? Porque é considerada a mais frequente doença de fígado da atualidade. Estima-se que entre 20 a 30% da população em todo o mundo seja portadora da DHGNA. Essa pode ocorrer em homens e mulheres, em todas as idades, incluindo as crianças e adolescentes. Também preocupante é a associação da DHGNA, quando não controlada, com a maior frequência de diabetes e hipertensão arterial e com o maior risco de doenças cardiovasculares (infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral). Como identificar a DHGNA ou como diagnosticá-la. A grande maioria dos pacientes não apresentam sinais ou sintomas, pois esta é uma doença silenciosa. A esteatose é inicialmente identificada porque o paciente realizou uma ultrassonografia de abdômen como parte de seus exames clínicos de rotina ou periódicos. O diagnóstico da esteatose é incidental, isto é, o exame não foi com o objetivo de identificar a esteatose. É importante destacar que a solicitação de ultrassonografias de abdômen para diagnóstico de esteatose está indicada apenas para os portadores dos fatores de risco para a doença, já mencionados acima. Não há indicação ou recomendação para realização de ultrassonografias para a população geral. Para o diagnóstico da DHGNA (esteatose ou esteatoepatite) é importante que os pacientes sejam avaliados através de uma consulta médica por um clínico ou hepatologista (especialista em doenças do fígado). Esses médicos, através de uma história clínica cuidadosa, identificarão os fatores de risco primários, secundários ou as doenças associadas. O exame físico deve ser completo e vai avaliar os níveis da pressão arterial, peso e altura para determinação do índice de massa corpórea (IMC), a medida da circunferência abdominal. Quanto maior a gordura no abdômen maior deve ser o depósito de gordura no fígado ou esteatose hepática. Depois da avaliação clínica, exames complementares colaboram com o diagnóstico da DHGNA. Esses incluem exames de laboratório (enzimas hepáticas, colesterol total e frações e triglicérides, glicemia, insulina entre outros), exames de imagem (ultrassonografia de abdômen, tomografia computadorizada, ressonância magnética e elastografia hepática) e, em casos selecionados, a biópsia do fígado, único exame até o momento capaz de estabelecer o diagnóstico seguro de esteatoepatite. Qual o tratamento para o paciente com DHGNA? A avaliação diagnóstica do paciente deve determinar em que fase da DHGNA o paciente se encontra: esteatose, esteatoepatite ou cirrose e deve também determinar os fatores de risco envolvidos. – DHGNA secundária ao uso de medicamentos: a sua suspensão ou adequação do esquema terapêutico são recomendadas, avaliando-se custo e benefício para o paciente. A suspensão do uso de esteroides anabolizantes deve ser recomendada assim como a investigação de exclusão dos demais fatores. – DHGNA associada a outras doenças como hipotireioidismo, síndrome do ovário policístico entre outras é importante o tratamento da doença principal. – DHGNA de causas primárias ou metabólicas: importante o controle da obesidade, diabetes, hipertensão arterial e dislipidemia (colesterol e/ou triglicérides elevados). Manter o controle dessas doenças é fundamental no tratamento da DHGNA. Medicamentos específicos para cada uma dessas condições clínicas pode ser utilizada. Atenção também deve ser dada ao diagnóstico de alterações cardiovasculares, causa importante de mortalidade nos pacientes com DHGNA. Para esses pacientes, mudanças no estilo de vida com alimentação equilibrada e atividade física regular são recomendadas para todos os pacientes. A dieta deve ser orientada por médicos e nutricionistas e adaptada às condições clínicas do paciente. Atenção deve ser dada às doenças associadas, como obesidade, diabetes e hipertensão arterial. Não são recomendados suplementos alimentares e medicações sem registro dos órgãos de vigilância credenciados. A atividade física deve ser recomendada, incentivada e adaptada às condições clínicas e idade dos pacientes, considerando-se também se esses são sedentários, ativos ou atletas. Para aqueles sem limitações a atividade aeróbica por 30 minutos pelo menos cinco vezes por semana associada à musculação duas vezes por semana pode ser recomendada. Alguns medicamentos podem ajudar no tratamento da esteatoepatite não alcoólica, entretanto esses devem ser orientados pelo hepatologista. Qual o prognóstico da DHGNA? O prognóstico pode ser bom, mas depende da fase em que a doença for diagnosticada e principalmente da aderência dos pacientes às condutas clínicas e tratamentos recomendados. Desde que controlados os fatores que causaram a doença, a esteatose pode permanecer estável em torno de 70 a 80% dos pacientes. Em 20 a 30% dos casos a esteatose pode evoluir para esteatoepatite, que pode ser controlada com o tratamento adequado. Entretanto, essa forma da doença tem maior potencial de progressão ao longo dos anos para cirrose e carcinoma hepatocelular, se não for devidamente orientada. Assim, duas condutas são fundamentais e determinantes para um melhor prognóstico para o paciente portador de esteatose ou esteatoepatite: diagnóstico precoce indicado para as pessoas de maior risco (obesos, diabéticos, portadores de hipertensão arterial e dislipidemia); aderência dos pacientes, ao longo da vida, às condutas e tratamento, orientadas pelo seu médico. DIETA PARA AFINAR O SANGUE E TIRAR A GORDURA DO FÍGADO (ESTEATOSE HEPÁTICA) Não tem como fugir: o primeiro passo para salvar o fígado é se livrar do peso extra e da gordura que se acumula na barriga. Alimentos que devem ser consumidos  frequentemente para afinar o sangue: Abacate: Comer abacate todos os dias pode ajudar a reduzir o LDL em até 17%, aumentando o HDL, ou seja, privilegiando o equilíbrio entre os dois. Aspargos: Os aspargos conseguem remover os coágulos já formados, diminuem a inflamação, mantêm as artérias desobstruídas.Azeite de Oliva: O consumo regular do azeite de oliva, reconhecidamente, reduz o risco de acidente vascular cerebral em até 41%.Beterraba: contém betaína (só a beterraba tem) e ácido fólico que neutralizam a homocisteína nos vasos sanguíneos (a homocisteína, em excesso pode causar infarte do miocárdio). A beterraba também é rica em potássio e magnésio, elementos básicos para a saúde cardiovascular e a manutenção do equilíbrio da pressão arterial.Brócolis: rico em vitamina E, previne os coágulos sanguíneos. Além do mais, o brócolis contém luteína, muito necessário para prevenir o envelhecimento dos olhos e afastar a catarata que todos nós, um dia, teremos. E, olha só, o brócolis também é fonte da vitamina K, importante para impedir que o cálcio danifique suas artérias.Castanhas: todas as castanhas e nozes têm boas gorduras que ajudam nosso coração, pois contêm gorduras mono-saturadas, ácidos graxos ômega-3 e ácido alfalinolêico, substâncias que reduzem os níveis de colesterol ruim. Um punhado destes alimentos, no lanche, já dá um bom efeito. É bom misturar nozes, castanhas-de-caju, amendoins, pistache, amêndoas e avelãs, num mix gostoso que se pode comer assim, com chá, cerveja ou até jogar no iogurte, na salada de fruta, enfim, do jeito que você gosta mais. Só que não abuse na quantidade, pois estes são também alimentos altamente calóricos.Caqui: o caqui é rico em fibras, polifenóis e antioxidantes, e esse trio trabalha contra o acúmulo de gordura, reduz o LDL e os triglicérides para além de combaterem os radicais livres. Cebola: Os compostos sulfúricos, os tais que fazem arder os olhos, também afinam o sangue e ajudam no aumento dos índices do HDL. A cebola contém quercetina, um antioxidante e anti-inflamatório potente que também ajuda na dissolução das placas de colesterol criada num processo inflamatório. Comer cebola ajuda a equilibrar a pressão arterial, com a fluidificação do sangue e reduz o nível de açúcar, sendo ótima para diabéticos. Esses benefícios são da cebola crua, então abuse dela nas saladas, sem dó.Chá verde: Esta bebida natural contém o antioxidante catequina que impede que as gorduras dos alimentos ingeridos sejam absorvidas pelo organismo. De uma a duas xícaras por dia, a qualquer hora, é suficiente, mas evite os horários noturnos, pois seu sono pode fugir.Espinafre: O espinafre é rico em potássio e ácido fólico, o que ajuda a reduzir em até 11% o risco de doenças cardíacas, dizem os estudiosos, pela sua ação de desobstrução das artérias.Laranja: A laranja é fruta rica em nutrientes e possui elevadas quantidades de antioxidantes, portanto, de grande ajuda para a saúde dos vasos sanguíneos e o equilíbrio da pressão arterial. Prefira os sucos extraídos na hora, de manhã. Mas prefira mesmo é chupar a laranja e comer o bagaço. Aí sim é que o bem será completo.Melancia: A melancia, em salada de fruta, talhada ou em suco é tudo isso: hidratante, antioxidante, diurética e estimulante. A melancia estimula a produção de óxido nítrico, que ajuda na dilatação dos vasos sanguíneos e mantém a boa saúde do coração. Romã: Meio copo ao dia de suco de romã pode ajudar muito na prevenção dos entupimentos e no equilíbrio da pressão arterial.Tomate: Contém licopeno, um antioxidante que reduz os níveis do LDL oxidado, diminuindo o risco de coágulos. Também ajudam a afinar o sangue e, nos homens, a prevenir o câncer de próstata.Carnes brancas: Como a gordura no fígado tem se tornado uma doença cada vez mais comum, é importante controlar o consumo de lipídios nas refeições. E, se você já tiver sido diagnosticado com este quadro, sua principal fonte de alimento virá das proteínas. As carnes brancas unem estes dois aspectos: são fontes proteicas com menor teor de gordura. Se tiver dificuldade em abrir mão da carne vermelha, opte pelos cortes mais magros, com menos gordura. Entre eles, o coxão duro, coxão mole, filé mignon e alcatra.Leite e derivados: Também devem fazer parte da dieta por conta do fator proteico. Opte pelo leite desnatado ou semi e o queijo branco, que têm menos gordura.Clara de ovo: A parte transparente do ovo é rica em proteína. Portanto, uma omelete de claras pode ser o jantar ideal para dar aquele alívio para o seu fígado.Frutas "magras": A frutose, o açúcar das frutas, também pode ser uma grande inimiga do fígado. Após a absorção desses açúcares pelo intestino, a frutose é metabolizada no fígado, que irá converter seu excesso em gordura. Quando ocorre excesso de frutose, também desenvolvemos resistência à insulina (hormônio que controla as taxas de glicose no sangue). Pera, ameixa e melão são alguns exemplos de frutas com poucas calorias. Mesmo assim, coma até três porções por dia.Verduras: A alimentação rica em fibras ajuda a manter as taxas de açúcar no sangue normalizadas, assim como também diminui a absorção de gorduras pelo corpo. A dica é comer um prato de salada antes da refeição e colocar alguns legumes no prato. Se não conseguir fazer os dois, opte por um ou outro, mas não deixe de comer fibras. Arroz integral: Em vez de comer o arroz branquinho no almoço, opte pela versão integral, que possui mais fibras. Evite, no entanto, os carboidratos de qualquer origem pela noite, quando o corpo tem mais dificuldade para metabolizar os alimentos. Café: De acordo com um estudo publicado em 2017 pelo Journal of Hepatology, o consumo de café e chás de ervas contribui para menor progressão da fibrose hepática, que se desenvolve quando o fígado é lesionado repetidamente - o que pode resultar em cirrose. O consumo seguro de cafeína é de três xícaras ao dia. O QUE É BOM EVITAR: Bebidas alcoólicas: O álcool é a mais conhecida e a principal causa das lesões hepáticas. Seu consumo excessivo pode, inclusive, evoluir para cirrose (lesão crônica do fígado) e provocar a necessidade de transplante. A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que o limite de álcool seja de 30 gramas por dia --equivalente a duas latas de cerveja. Se você já sofrer de alguma condição no fígado, deve eliminar a bebida. Massas e pães: A restrição de carboidratos simples é fundamental na dieta para esteatose hepática, já que, com menos carbo, haverá menos glicose no fígado e, consequentemente, menos gordura. Portanto, restrinja o consumo de alimentos provenientes da farinha branca. Sucos naturais e de caixinha: Quem já tem alguma predisposição a doenças no fígado deve também ficar atento ao consumo de sucos - tanto naturais quanto em caixinha. Acontece que o suco natural acaba perdendo as fibras quando é feito, que servem para contrabalançar a absorção da frutose, diminuindo os malefícios deste açúcar. Os sucos de caixinha também são ricos em açúcar, portanto também devem ser evitados. Bacon e gorduras: Alimentos ricos em gorduras saturadas e trans, como bacon, embutidos, bifes com gordura, manteiga, sorvetes, chocolates e congelados precisam ser consumidos com bastante moderação. Doces: O excesso de açúcar também pode causar o depósito de gordura no fígado. Portanto, se quiser um docinho, opte pelas versões diet, que não levam açúcar. A gelatina diet é uma boa e fácil opção. Helma Pinchemel Cotrim Profa. Titular de Gastroenterologia e  HepatologiaFaculdade de Medicina da Bahia – Universidade Federal da BahiaLíder do Grupo de Pesquisas em Esteato- Hepatite Não Alcoólica- CNPq-UFBAEspecialista em Hepatologia pela Sociedade Brasileira de Hepatologia.  

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