A inflamação dos brônquios (canais que levam o ar até os pulmões) recebe o nome genérico de bronquite, no entanto, se essa inflamação passa por um processo persistente ao longo dos anos, a doença passa a ser caracterizada como bronquite crônica. A principal característica clínica da bronquite é o estreitamento dos brônquios e a produção aumentada de catarro, causando muita tosse e expectoração por um longo período de tempo. O acometimento que se enquadra como uma manifestação de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) pode atingir pessoas de qualquer idade e provocar intensa dificuldade de respiração, impedindo o portador de realizar esforço físico e, em casos mais graves, levar até à morte por conta da falta de ar. Fatores de risco Embora possa atingir crianças e adultos, a bronquite pode se manifestar por conta de alguns fatores de risco principais: a exposição a substâncias tóxicas, infecções respiratórias recorrentes, sobretudo na infância, suscetibilidade individual e o tabagismo, responsável pela maior parte dos casos de bronquite. Sintomas Inicialmente, é comum que o paciente apresente tosse persistente com expectoração e uma leve falta de ar que vai progredindo com o passar dos dias. Muitas vezes esses sintomas são negligenciados pelo próprio paciente por achar que se trata de algo simples, uma indisposição passageira. Porém, o agravamento do quadro é rápido e pode levar a crises que chegam a impossibilitar a pessoa de respirar corretamente, dificultando a realização de atividades simples do dia a dia e podendo evoluir para problemas mais sérios e levar até à morte. Portanto, tosse com catarro persistente já há algumas semanas, cansaço incomum e chiado no peito, sobretudo à noite e ao praticar exercícios, são sinais de alerta para que o médico seja buscado para que o diagnóstico seja realizado o quanto antes. Diagnóstico Após avaliação clínica, em que o médico verifica os sintomas, possíveis fatores de risco e predisposição genética, a realização de exames é essencial para que a identificação da doença seja feita corretamente e o mais rápido possível. Alguns dos exames para o aprofundamento da investigação da doença são: Espirometria (exame do pulmão em que se mede o fluxo de ar), Raio X de tórax e Bacterioscopia e cultura de escarro. A bronquite quando chega ao estágio crônico não tem cura, mas possui tratamento e controle para que o paciente leve uma vida o mais próximo da normalidade possível. Fontes: Governo do Brasil, Ministério da Saúde, Sociedade de Pediatria de São Paulo, Jornal Brasileiro de Pneumologia.
A paralisia facial periférica (PFP), também conhecida como paralisia de Bell, é uma disfunção parcial ou total do nervo facial, de surgimento repentino e que causa enfraquecimento, alteração na mobilidade e na sensibilidade dos músculos de um dos lados do rosto. O acometimento é identificado pelo paciente ao observar a assimetria facial e a dificuldade ou lentidão em realizar movimentos simples, como piscar os olhos, franzir a testa, manter o ar dentro da boca ao inflar as bochechas, erguer as sobrancelhas e sorrir. É possível que haja também mudança no paladar, diminuição na quantidade de salivação e lacrimejamento, além da presença de dor dentro ou em torno do ouvido. Mas existem ainda outros vários sintomas que podem indicar a paralisia de Bell. Fatores de risco A PFP pode atingir homens e mulheres em qualquer momento da vida, mas é considerada mais frequente depois dos 40 anos de idade e pouco comum na infância e adolescência. Além disso, a predisposição genética é preponderante como fator de risco, bem como a presença de diabetes, HIV e otite. Assim, a paralisia pode ter certa relação com infecções causadas por bactérias ou vírus que atingem o nervo facial. Traumas ou fraturas recentes no crânio, fadiga, estresse, tumores e mudanças bruscas de temperatura também podem contribuir para o surgimento da paralisia. Grávidas no terceiro trimestre da gestação também estão mais sujeitas a serem atingidas. Diagnóstico Para se chegar ao diagnóstico da paralisia de Bell é necessário que sejam realizados exames clínicos e neurológicos, começando com o processo de exclusão. Ou seja, antes de qualquer coisa, é fundamental que se avalie as possibilidades de outras doenças para que a detecção seja precisa. Inicialmente, portanto, o médico faz uma série de perguntas ao paciente para entender todos os sintomas e a progressão deles, além de obter mais informações sobre histórico de doenças do paciente e da família. Em seguida, o exame físico vai ajudar na compreensão mais detalhada do acometimento e a distinguir se a paralisia é central ou periférica. A ressonância magnética, a eletroneuromiografia e a tomografia computadorizada podem ser indicadas para a identificação correta do local atingido. Todo esse processo de verificação é importante, pois a causa mais comum da paralisia de Bell é idiopática (desconhecida), mas também podem ter origem hereditária, vascular, inflamatória, psicossomática e imunomediada e, para cada origem, o tratamento se diferencia. Tratamento Não há um procedimento padrão para o tratamento da paralisia de Bell, já que ele vai depender do tipo, dos sintomas e da extensão do dano sofrido pelo nervo facial. É possível que seja necessário o uso de medicamentos, fisioterapia e fonoaudiologia. Na maioria dos casos os pacientes se recuperam sem tratamento, mas podem apresentar algumas sequelas e, por isso, o diagnóstico e acompanhamento são importantes para tratamento durante e depois da presença da doença, se necessário. Fontes: Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Fundação Otorrinolaringologia e Descritores em Ciências da Saúde (biblioteca virtual em saúde).
Polimialgia Reumática é uma doença inflamatória que prejudica articulações, artérias e músculos, principalmente nas regiões do pescoço, ombro e quadril. Não se sabe se é uma alteração no sistema muscular ou cardiovascular e muito menos o que causa o problema. Mas é fato que os sintomas costumam ser debilitantes, principalmente assim que a pessoa acorda. A doença, não contagiosa, se manifesta em pessoas acima dos 50 anos. É raro que ocorra antes disso. A idade média dos pacientes costuma ser de aproximadamente 70 anos. E a prevalência é 2 vezes maior em mulheres do que em homens. Apesar da causa ser desconhecida, é possível que tenha relação com o processo de envelhecimento, uma vez que o número de casos com idade menor que 50 anos é baixa. Ainda assim, não é possível prevenir a doença. Sintomas de Polimialgia Reumática Os sintomas de Polimialgia Reumática incluem fraqueza, cansaço, depressão e febre baixa. Além disso, perda de apetite e, consequentemente, de peso, dores intensas, inchaços nas articulações e rigidez matinal. Por causa deles, o paciente muitas vezes não consegue realizar atividades simples no dia a dia. Polimialgia Reumática e Arterite de Células Gigantes Entre os portadores de Polimialgia Reumática, cerca de 10 a 15% também sofrem com Arterite de Células Gigantes. Ela é caracterizada como uma inflamação grave nas artérias, frequentemente presente nas regiões temporais do crânio. O processo inflamatório resulta no estreitamento das artérias e, em alguns casos, no bloqueio dos vasos sanguíneos. Com isso, o abastecimento de sangue nessas áreas fica comprometido, podendo levar a consequências graves. A relação inversa também ocorre: em torno de 40% dos casos de Arterite de Células Gigantes têm Polimialgia. Diagnóstico de Polimialgia Reumática Em caso de suspeita, é fundamental consultar um médico reumatologista. O diagnóstico é feito por meio de um conjunto de fatores, incluindo histórico clínico, exame físico e laboratorial. Para excluir outras possibilidades, o especialista poderá solicitar um ecodoppler, uma ecografia ou uma biópsia. Com isso, será possível começar o tratamento adequado. Fontes: Sociedade Brasileira de Reumatologia, Sociedade Portuguesa de Reumatologia e Sociedade Paranaense de Reumatologia.
A Cirrose Hepática é uma doença crônica que afeta o fígado, sendo classificada como o último estágio da Fibrose Hepática. Ela decorre da constante destruição (lesões) e regeneração (cicatrizações) de células que resultam em fibroses (excesso de componentes de matriz extracelular) e nódulos. O processo resulta em danos graves à estrutura natural do fígado, em alterações vasculares hepáticas e em consequente perda das funções do órgão. Os fatores que podem levar a esse estágio incluem infecções, alterações metabólicas e autoimunidade. Também consta evolução de determinadas doenças (por exemplo, Hepatite B, Hepatite C e alcoolismo), resposta a certos medicamentos, colestase e álcool. Alguns dados sobre a Cirrose Hepática são preocupantes. Ela é a principal causa de transplante de fígado no mundo. Está entre as 10 causas de mortes mais comuns no ocidente. É mais frequente entre homens. Está relacionada também com características e comportamentos que aumentam o risco, tais como idade, obesidade, diabetes, histórico de transfusão, uso de drogas injetáveis e abuso de álcool. Alcoolismo e Cirrose Hepática O alcoolismo é uma das principais doenças que tem a Cirrose Hepática como consequência. A pessoa que bebe grandes quantidades de álcool diariamente não permite que o fígado se restaure completamente. Com o passar do tempo, surgem lesões hepáticas. Portanto, o risco é maior para homens que consomem mais de 60 a 80 g/dia. Para mulheres, é arriscado ingerir mais de 20 g/dia de etanol. Esse risco é para tais quantidades por um período superior a 10 anos. Dessa forma, o abuso alcoólico que ocorre durante muitos anos origina lesões que causam inflamação crônica e fibrose. E quando as fibroses são muito extensas, podem evoluir para Cirrose Hepática. Sem tratamento, leva o paciente à necessidade de um transplante. É importante mencionar, porém, que nem todos que bebem desenvolvem Cirrose. Principalmente se a pessoa bebe pouco e sem frequência. Sintomas e Consequências O fígado é o responsável pela produção de proteínas que possuem funções indispensáveis para o corpo. Com a falha progressiva do órgão, a produção diminui ou fica impossibilitada. Isso ocasiona prejuízo à capacidade de coagulação sanguínea adequada. Nesses casos, o indivíduo corre risco de ter sangramentos intensos devido a possíveis cortes, mesmo que pequenos. Outro problema decorrente é a retenção de água e sal pelo corpo, produzindo edemas cutâneos e subcutâneos. Mas as consequências clínicas mais graves da Cirrose Hepática são hipertensão portal e insuficiência hepática. Diagnóstico Por esse motivo, é necessário agir com rapidez na realização do diagnóstico e no início do tratamento para evitar que o paciente careça de um transplante de fígado. O diagnóstico feito pelo Hepatologista envolve avaliação clínica, exames físicos, testes laboratoriais e análise histopatológica do fígado. Como complemento, o médico pode solicitar alguns exames de imagem, tais como Ultrassonografia, Tomografia Computadorizada, Ressonância Magnética e Biópsia hepática. Fontes: Revista Brasileira de Medicina, Secretaria de Saúde de SP, Jornal de Pneumologia, XXIV Congresso Brasileiro de Hepatologia, Fundação Oswaldo Cruz, Gray Anatomia para Estudantes e Arquivos de Gastroenterologia.