- O QUE É O DIU
DIU é a abreviação para dispositivo intrauterino, um método contraceptivo usado por mulheres que não desejam engravidar e que tem um dos menores índices de falha. Também pode ser chamado de SIU, ou sistema intrauterino. É formado por uma pequena haste, normalmente no formato das letras T ou Y, que é colocada dentro do útero e, para ser considerada bem localizada, deve ficar completamente dentro da cavidade uterina, ou seja, no endométrio.
- COMO FUNCIONA O DIU
A haste do DIU fica por um tempo dentro do corpo da mulher (varia de 5 a 10 anos) e libera substâncias que tornam o útero um local hostil para o espermatozoide, impedindo que ele fecunde o óvulo. Assim, impede a gravidez indesejada.
- QUAIS OS TIPOS DE DIU
Atualmente, existem três tipos de DIU: de cobre, de prata e hormonal. Assim como sua composição, cada um possui um funcionamento diferente, que se adapta ao perfil de cada mulher.
3.1 DIU de Cobre
O DIU de cobre possui uma haste maleável revestida com este metal. Durante sua ação, libera pequenas quantidades de cobre no útero, causando algumas alterações no endométrio (tecido que recobre a parte interna do órgão), no muco e na mobilidade das trompas.
Desta forma, ocorre uma reação inflamatória que não faz mal ao organismo, mas que torna a região hostil ao espermatozoide, evitando que uma gravidez aconteça.
O uso do DIU de cobre tem alta eficácia, com chances bem pequenas de gravidez (cerca de 0,7%), e seu efeito colateral mais frequente é o aumento do fluxo menstrual. Ele pode permanecer no corpo da mulher por até 10 anos.
Além das opções pagas, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza para as mulheres o DIU de Cobre de forma gratuita. Os médicos fazem a inserção do dispositivo nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e em hospitais públicos, sem qualquer custo.
- DIU de Prata
Menos conhecido e mais moderno, o DIU de Prata é outra opção de método contraceptivo disponível no mercado. O dispositivo, que tem formato de “Y”, une prata e cobre em sua composição e produz o mesmo efeito no útero, impossibilitando a fecundação do óvulo pelos espermatozoides.
A diferença é que a prata faz com que a ocorrência de cólicas e o fluxo menstrual sejam menores em comparação com o DIU de cobre. Além disso, ela também diminui o risco de oxidação da estrutura de cobre dentro do organismo, aumentando a eficácia do método. Sua duração é de cinco anos.
- DIU Hormonal
DIU Hormonal são dispositivos colocados no interior do útero, que, além de produzirem reações inflamatórias no útero, liberam uma pequena quantidade de progesterona continuamente. Dois terços das mulheres que usam esses dispositivos apresentam um bloqueio da menstruação. As chances de engravidar com este produto caem para 0,2% e é indicado como tratamento em casos de mioma uterino, endometriose e adenomiose.
No mundo existem diversos modelos, com tamanhos e doses diferentes. No Brasil, existem dois tipos, que apresentam uma duração de 5 anos no organismo.
As diferenças entre os dois disponibilizados no Brasil estão no tamanho e na quantidade de hormônio liberado, embora usem o mesmo hormônio. O mais antigo e conhecido mede 32 mm de comprimento, por 32 mm de largura e 1,90 mm de espessura. O mais novo e ainda pouco utilizado mede 30 mm de comprimento por 28 mm de largura e 1,55 mm de espessura. A diferença de tamanho é importante para mulheres que nunca tiveram filhos e adolescentes.
- Diferenças entre o DIU de Cobre e o DIU Hormonal
Comparativo | Hormonal | Cobre |
Carga hormonal | Possui 52 mg de Levonorgestrel, liberando cerca de 20 mcg por dia | Não possui hormônios |
Risco de engravidar | 0,2% | 0,7% |
Efeitos colaterais | Chance de suspensão da menstruação e leve aumento de peso | Aumento do fluxo menstrual e das cólicas |
Vantagens | Ajuda mulheres que entrarão na menopausa, reduz o fluxo menstrual e beneficia mulheres com endometriose | Método mais barato, pode ser usado por mais tempo e não é afetado pelo uso de medicamentos |
Indicações | Mais optado por mulheres com endometriose, menopausa ou com dismenorreia (fluxo menstrual forte e/ou doloroso) | Indicado para mulheres que tiveram câncer de mama, pois não tem problemas com fluxo menstrual |
Contraindicações | Quem teve câncer de mama nos últimos 5 anos ou possui doenças hepáticas devem evitá-lo | Mulheres alérgicas a cobre |
Tempo de validade | 5 anos | 5 a 10 anos |
- COMO É COLOCADO O DIU
O DIU é um contraceptivo que só pode ser colocado na mulher por um médico ginecologista. Somente esse profissional é autorizado e habilitado para inserir o dispositivo no interior do útero de forma segura e efetiva.
Além disso, antes da implantação do DIU, o ginecologista deve fazer e pedir alguns exames ginecológicos para descartar a presença de alterações anatômicas e de infecções ou problemas na região.
Normalmente, a colocação é feita no próprio consultório médico, seguindo alguns procedimentos simples e indolores. Como resultado, a haste principal do DIU fica implantada dentro do útero, enquanto uma fina cordinha ligada à extremidade inferior do dispositivo é deixada dentro da vagina, para servir de suporte no momento da extração do dispositivo.
Esse fio é bem fininho e fica muito próximo à saída do colo do útero, de modo que não é sentido pela paciente. Geralmente, corta-se em dois centímetros para fora do orifício externo para ser visualizado e ser fácil de ser retirado.
- QUANDO SE COLOCA O DIU
O DIU pode ser inserido em qualquer momento do ciclo menstrual, contanto que se tenha certeza de que a paciente não esteja grávida.
No entanto, é comum que ele seja colocado na época da menstruação, já que nesse período o colo do útero fica um pouco mais dilatado, facilitando a inserção. A sua eficácia é imediata, independentemente do período do ciclo menstrual.
- QUEM PODE USAR DIU
O DIU é indicado para qualquer mulher maior de 14 anos e sexualmente ativa, que não tenha fatores de risco para doenças inflamatórias pélvicas. Além disso, mulheres com endometriose ou em período pós-menopausa são mais indicadas para o uso do DIU Hormonal.
Vale ressaltar, no entanto, que o método não deve ser oferecido como a primeira opção de contraceptivo para a paciente e isso ocorre por algumas razões:
- O ideal é que o médico sempre comece oferecendo medidas terapêuticas (como contraceptivos) da mais simples para a mais complexa. Como o DIU requer o acesso direto à cavidade uterina e traz risco de complicações como inflamações, corrimentos e infecções pélvicas, ele pode ser considerado uma técnica mais complexa do que a pílula, anel vaginal e outros contraceptivos;
- Mulheres mais jovens e no início da vida sexual tendem a ter experiências mais diversas e ser menos atentas à proteção contra DSTs, e devem sempre ser incentivadas a usarem métodos contraceptivos com baixa carga hormonal.
- VANTAGENS DO DIU
Entre as vantagens do DIU está o fato de ele ser um dispositivo que fica fixo por um longo período no útero e funciona sozinho, não havendo risco de não ser usado co0rretamente e, por isso, ter sua eficácia reduzida.
Dentre as principais vantagens do DIU de cobre estão:
- Baixo custo;
- Pode ser usado por até 10 anos seguidos;
- Não tem sua eficácia reduzida por nenhum medicamento.
Já o DIU Hormonal tem entre suas vantagens:
- Redução ou até mesmo suspensão da menstruação;
- Benefício a mulheres com endometriose ou que estão em fase de transição após a menopausa;
- Proteção contra o câncer do endométrio;
- Ideal para ser utilizado em adolescentes e mulheres com úteros pequenos;
- Melhora a cólica menstrual;
- Apresentam um dos menores índices de falhas de todos os contraceptivos;
- Retorno imediato da fertilidade ao retirar o DIU;
- Pode ser usado durante a amamentação;
- Pode ser utilizado por mulheres com alto risco para trombose, diferentemente das pílulas anticoncepcionais combinadas.
- DESVANTAGENS DO DIU
A colocação e remoção de qualquer DIU pode gerar desconforto. Embora rara, pode acontecer uma perfuração do útero. O DIU pode ser expulso ou se deslocar, necessitando de controle médico. Não protege contra infecções sexualmente transmissíveis (DSTs), como, por exemplo, o HIV (AIDS), sífilis e o HPV. De modo geral, o uso do DIU pode causar dores na pélvis e aumentar o risco de infecções vaginais, apesar de raramente.
O DIU de Cobre, por alterar o endométrio e o muco, costuma:
- Aumentar o volume da menstruação;
- Causar mais cólicas menstruais.
O DIU Hormonal:
- Não está disponível na rede pública;
- Sangramento imprevisível, especialmente nos 6 meses após a colocação;
- Algumas mulheres podem apresentar cefaleia e acne após a colocação;
- Provocar um leve aumento de peso;
- Provocar mudanças de humor e libido, devido aos hormônios;
- Sua eficácia pode ser afetada por antiepiléticos (fenobarbital, fenitoína, carbamazepina), antituberculostáticos (rifampicina), antirretrovirais (ritonavir ou neviparina) e antibióticos (rifampicina, rifabutina, neviparina, efavirenz)
Referências: HTTPS://fernandoguastella.com.br/ e WWW.minhavida.com.br